Depois de 5 dias de Acagru, em Serpins, Lousã, a trabalhar
como chefes de sub-campo, os caminheiros do Clã 70 – S. Francisco de Assis do
Agrupamento 412 – Alfragide, Filipe Fonseca, Gonçalo Augusto, Carolina Moreira,
Miguel Rocha, João Afonso, Pedro Amaral, Sara Nora, Hugo Rebelo, Diogo Barreto
e Inês Ferreira na companhia da animadora Inês Amaral, partiram para Coimbra onde
apanharam o autocarro em direcção a S. Pedro do Sul. Já passava das 18:30h
quando chegámos à cidade, depois de 2 horas de viagem tínhamos à nossa espera 3
viaturas que nos levaram até Drave. Acabámos por parar no cimo da aldeia da
Pena para apreciar a paisagem. Já estávamos tão perto do destino final que a
expectativa começava a aumentar. Estávamos todos ansiosos por chegar à BNIV, à
aldeia de que todos os caminheiros tanto falam.
Quando chegámos ao limite onde os carros podem ficar, pegámos
nas nossas mochilas e partimos à descoberta. À medida que descíamos para a aldeia
e nos sentíamos cada vez mais perto, o ritmo cardíaco acelerava, começaram os
assobios e os gritos para ouvir o eco e as brincadeiras de quem está feliz e se
sente parte da paisagem.
Passamos pelas casas de banho e percebemos que tínhamos
chegado. Como não estava nenhum membro do staff
começámos à procura de um local para acampar. Sabíamos que havia locais específicos
para o efeito, e depois de nos cruzarmos com os escuteiros do 1177 – Famões, decidimos
ficar no campo ao lado da lagoa.
Como estávamos todos exaustos fomos dormir para acordarmos
mais frescos e assim aproveitar a actividade ao máximo.
No dia seguinte, usamos o tempo a explorar a aldeia, abrimos
todas as portas existentes, vimos todos os cantos que Drave tem para oferecer e
testemunhámos as mensagens e memórias que os clãs que por lá passaram deixaram.
A lagoa acabou por ser a nossa salvação, dado o imenso calor
era um ponto de passagem obrigatório todos os dias.
Para a noite estava marcada uma reflexão e partilha na ‘Casa
do Fogo’ que proporcionou um ambiente espectacular e a conversa tornou-se mais
pessoal.
O terceiro dia estava destinado ao serviço. Como o nosso
programa era o Vale, começámos o dia com a leitura do texto ‘Há mãos’ e motivados
começamos o nosso serviço. Tínhamos três trabalhos para fazer e como queríamos deixar
a nossa marca em Drave estávamos muito empolgados por pôr mãos à obra. Os
primeiros dois ficaram logo concluídos, apanhar lixo à volta do nosso campo e
fazer uma tranca numa cancela. O terceiro era o que ia ser mais desgastante,
mas ao mesmo tempo mais reconfortante. O objectivo era tirarmos umas pedras que
estavam no caminho e pô-las por cima das outras pedras, mas achámos que podíamos
refazer o muro original e assim foi, começamos por tirar todas as pedras do
local e depois uma a uma começamos a colocá-las novamente, mas desta vez
direitas para fazer um muro paralelo à estrada.
Depois da dinâmica das mãos e de lermos o texto ‘Rezar com os
cinco dedos da mão’ constatámos que estávamos cansados, mas tínhamos cumprido o
objectivo e senti-mo-nos todos realizados com o trabalho que tínhamos feito.
À noite foi feita a partida de dois caminheiros à luz das
estrelas e de uma pequena vela, o que deixou o clã nostálgico, mas com vontade
de atingir algo grande e especial no futuro.
No dia seguinte partimos para o raid, em direcção a Regoufe, onde conhecemos a Dona Fátima e
tivemos o privilégio não só de observar as mais belas paisagens, como estar num
local mágico, com escorregas naturais, cascatas e animais a passearem sozinhos.
Para pessoas da cidade como nós tudo isto nos deixou maravilhados.
Aproveitámos a noite para falar sobre a mística do nosso Clã,
a ‘Ordem do Dragão Vermelho’ e sobre o futuro das tribos que continuarão no
Clã.
No quinto dia estava na altura de subir ao Cume e falar sobre
o PPV, Caminhada e Carta de Clã a uma caminheira que se juntou ao nosso clã a
meio do ano escutista e que ainda não tinha abordado estes assuntos. A subida
ao cume foi cansativa, mas valeu a pena, a paisagem era magnífica e acabamos
por rezar lá no alto a Oração do Lobito, a Oração do Escuta e por fim a Oração
do Caminheiro.
À tarde, por volta das 19:00h os clãs presentes em Drave,
reuniram-se no anfiteatro para a celebração, uma missa caracterizada por muita
união e partilha.
Na última noite não podia faltar o fogo de conselho e
aproveitámos para fazer a avaliação do ano escutista e da actividade em Drave e
ainda houve tempo para um mergulho nocturno na lagoa.
No dia seguinte o ponto de encontro estava marcado para as 9:30h
na placa de Drave, por isso tivemos de madrugar, desmontar campo, deixar o
local um pouco melhor do que o encontrámos e partir depois da excelente
actividade que tínhamos feito.
Sentimos que deixámos a nossa marca em Drave, para uma
primeira vez, foi uma actividade cheia de partilha, serviço e muita união, e
porque ser caminheiro é servir a sorrir, acabámos todos a actividade com um
enorme sorriso estampado no rosto.
Ficámos todos com vontade de voltar e mostrar aos novos
caminheiros que entrarem para o Clã a Base Nacional da IV.
Foi realmente uma experiência a repetir. Uma semana
desligados do mundo, a viver de uma forma saudável e a saborear a natureza que
nos rodeia.
Clã 70 – S. Francisco de Assis - 03.08.2013