terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Acampamento na Ericeira – 15/16 Dezembro de 2007

Depois de acordarem estremunhados, ficarem um bocado na ronha e saltarem da cama ao olhar para o relógio, como é típico de um pioneiro, o acampamento começou.

A partir do momento em que nos encontrámos na estação de autocarros, o nervoso miudinho e o formigueiro que não nos deixava estar sentados começaram, dando a indicação de que todos estávamos com grande pica para um grandioso acampamento.

De facto, assim foi. A seguir a carregar mochilas ao frio e aguentar uma viagem demasiado longa, o grupo estava na Ericeira à espera de instruções, que não tardaram:

“VÁ, ESTÁ A MEXER QUE O AUTOCARRO NÃO PODE FICAR AQUI PARADO”, “PEGUEM NUMA MOCHILA AO ACASO, DEPOIS VÊEM QUAL É A VOSSA” e “ALGUÉM QUE PEGUE NAQUELE ALGUIDAR”, dizia o chefe.

Os músculos começaram a desentorpecer e pouco tempo depois estávamos todos em frente a um portão de ferro que indicava uma boa e uma má notícia.

Qual querem primeiro?

Ah, querem a boa?

Então vai a má: um portão fechado implica uma chave. Visto não haver chave, implica esperar.

Apesar de ter havido uns quantos a saltar o portão e a passar as mochilas para dentro do campo, o resto do pessoal ainda demorou algum tempo a ganhar pica (não, claro que não tinha nada a ver com coragem!!!) para passar para o lado onde tudo se iria passar.

A boa notícia, como já devem ter calculado, é que estávamos no sítio certo (curiosidade: dez minutos depois de todos terem sofrido horrores para passar o portão, chegou a gente que tinha a chave).

Primeiro, as tendas. A seguir, o almoço. Depois, um trabalho digno dos melhores engenheiros. Então não é que o grupo decidiu construir uma versão melhorada da torre Vasco da Gama?

“São malucos”, pensam vocês. Sim, somos. Mas foi a melhor torre que já vi a ser construída e, apesar de não estar perfeita, estava bem mais estável que a dita torre presente no Parque das Nações.

Refeições à beira da fogueira, fotografias, praxes, fotografias de praxes… Muito riso, pseudo-rebeldia e parvoíce. Isto dever-se-á, sem dúvida, às figuras deveras estúpidas que todos nós, alternadamente, nos dispomos a fazer.

Mas sem esses momentos, acampamentos como este seriam apenas acampamentos comuns e não é disso que se faz o escutismo, mas sim daquele nervoso miudinho, empenho e parvoíce de que vos tenho vindo a falar.


Beijinhos, abraços e muitos palhaços.
Grupo Pioneiro 53 - Filipe Vale, Urso Preguiçoso